
Capicua

Ana Matos Fernandes (Porto, 1982), mais conhecida pelo monónimo Capicua[1] é uma rapper e escritora portuguesa.[2][3] Vincou o seu nome no panorama musical português, e como MC, com temas como "Vayorken" e "Maria Capaz".[1] Pelo seu terceiro álbum, Madrepérola, venceu o Prémio José Afonso em 2021.
Syzygy é o seu primeiro EP, no qual colaborou com Marta Bateira (sob o nome M7), Maria e D-One. O segundo EP, Mau Feitio, doi lançado no ano seguinte, com D-One e Auge.[6]
Em 2012 editou o seu primeiro LP, Capicua que foi considerado um dos melhores do ano.[7] Com o sucesso do disco, sua música alcançou um público mais alargado, sendo falada em todos os meios de comunicação portugueses e conseguindo assim profissionalizar-se na música.[8] Faz, também, desde aí, diversas participações com outros artistas, incluindo Sérgio Godinho, Sam the Kid e DJ Ride.[9][10] Uma da músicas neste álbum vai inspirar o nome da plataforma feminista criada por Rita Ferro Rodrigues e Iva Domingues em 2014. Com o nome Capazes, pretende "promover a informação e a sensibilização da sociedade civil para a igualdade de género, defesa dos direitos das mulheres e empoderamento das mesmas".[6][7][11]
Em 2014 editou Sereia Louca, o segundo álbum, no qual colabora novamente com M7, entre outros.[6] Este álbum foi um dos seus maiores êxitos, e a música Vayorken uma das mais populares.[7]
Em 2015 lançou Medusa, um álbum de remisturas com dois temas originais, e que contou com a participação de Valete, M7 e DJ Ride.[6] O seu trabalho é grandemente influenciado pelos poetas portugueses, em especial a poesia de Sophia de Mello Breyner, que incluiu neste álbum.[7][12]
No ano seguinte publicou Mão Verde, um álbum e livro para crianças com música de Pedro Geraldes, dos Linda Martini.[6]
Em 2017 colaborou com os rappers brasileiros Emicida, Rael e Valete no álbum Língua Franca.[6] No mesmo ano, recebeu o Prémio José da Ponte, atribuído pela SPA a jovens autores[13] e, a convite da Antena 3, apresentou o programa Duas de Letra, onde semanalmente conversava com letristas convidados.[14]
Em 2021 lançou Madrepérola, o seu terceiro LP, que incluiu vários convidados, e onde abordou temas de machismo e gentrificação. O título do álbum alude à maternidade, e foi escrito e gravado enquanto Capicua estava grávida.[7] O álbum foi vencedor do Prémio José Afonso.[4][15]
A 8 de março de 2024, no dia internacional da mulher, Capicua estreou a canção Que Força é Essa Amiga, adaptação da composição de Sérgio Godinho, com que se debruça sobre "o trabalho doméstico e reprodutivo, habitualmente garantido pelas mulheres".[16]
A 20 de março de 2025 lança o seu quarto LP, Um Gelado Antes do Fim do Mundo num concerto no Teatro Tivoli, com a edição do álbum no dia seguinte, com o single de estreia Making teenage Ana proud lançado a 30 de janeiro do mesmo ano.[17][18][19]
Letrista de fado
Em 2013 participou como letrista no álbum de estreia de Gisela João, com a letra para (A casa da) Mariquinhas, adaptação de um clássico do fado cuja interpretação mais famosa é a de Alfredo Marceneiro, onde fazia alusão à crise económica. Capicua iria escrever de novo outra letra para esta melodia em 2021, lançada em 2023, de novo para a mesma intérprete. A nova letra chama-se O Hostel da Mariquinhas, e aborda o tema da crise da habitação em Portugal.[20] Colaborou ainda com Gisela João no seu segundo álbum, Nua, de 2016, com a letra do fado Noite de São João.
No inverno de 2022-2023 começou a trabalhar com a fadista Aldina Duarte, acabando por escrever as onze letras para o seu álbum Metade-Metade, lançado em 2024.[21][22][23][24]
Carreira literária
Em 2021 e 2022 publicou os discos-livros Mão Verde e Mão Verde II, para crianças; o último recebeu uma menção especial no Festival de Literatura Infantojuvenil de Valongo - Onomatopeia, e na primeira edição do Prémio Ibérico Álvaro Magalhães de Literatura Infantojuvenil.[15][25]
Capicua foi cronista da Revista Visão desde 2015. Em 2022 reuniu as crónicas publicadas nessa revista, poemas, letras de canções e pequenos textos no livro Aquário.[15][25][26] Desde 2023 escreve para o Jornal de Notícias.
Em 2023 lançou o livro Cor-de-Margarida, para crianças, inspirado pelas histórias para adormecer o seu filho, que toca em temas como a aceitação das diferenças e o amor-próprio.
Fonte: Wikipédia